terça-feira, 26 de junho de 2007

flashes de um diário de bordo.

Espero minha mala passar pela esteira, entro no carro e olho a cidade ao redor. Chego ao meu destino, abro o portão, afasto o cachorro com a perna, vou em direção ao meu quarto – que está parcialmente arrumado – e me jogo na cama. Estou de volta!
Minha casa, minha cama, minha mãe me esperando! Viajar é bom, mas chegar é ainda melhor!

As aventuras em Manaus foram ótimas! E as experiências também!
Aqui em casa, protegida de tudo e de todos eu nunca descobriria que quando a liberdade é demais, nós nem sabemos o que fazer com ela! Isso é um fato comprovador por mim e pela Jamile. Nós, sozinhas, num estado gritante de independência tínhamos conflitos com coisas mínimas, como decidir o quê jantar.
- Pizza?
- É, pode ser. Mas poderíamos fazer cachorro-quente.
- Também. Ou tomar sopa.
- Sopa. Você quer o quê?
- Não sei. Você quer o quê?
- Tô pra ligar pra minha mãe perguntando o quê comer.
- É mesmo, né?
Não ligamos, vale dizer. Nos resolvemos por pizza de calabresa, refrigerante e Jornal Nacional (pois concordamos que pessoas que saem de casa assistem ao jornal) na casa da Marcely que nos deu um teto, um colchão e umas dicas valiosas para evitar assaltos ou que nos perdêssemos.

As manhãs eram voltadas para conhecer a cidade. Visitamos igrejas históricas, esbarrando nos gringos, conhecemos a Orla, andamos, andamos, andamos mais um pouco e fizemos algumas compras – umas até se perderam pelo caminho, como o meu Cd da Vanessa da Mata. E ao me dar conta disso, depois de uma tristeza enorme misturada com uma vontade enorme de chorar, pedi com todas as minhas forças que encontrasse uma pessoa com um mínimo de sensibilidade. Daí vai que essa pessoa gosta, vira fã, mostra pra um amigo e mais tarde o trabalho dela é mais conhecido e a Vanessa da Mata até fizesse um show em Manaus – e antes disso se apresentasse aqui em Boa Vista. \0/ E então eu me senti melhor!

Quando o Bruno e o João Paulo chegaram, nos mudamos para um hotel quatro estrelas (que eu achei meio chifrim pra um quatro estrelas), que ficava uma rua do Teatro Amazonas.
Por esses tempos há um processo de revitalização na Praça São Sebastião, com o objetivo de chamar público e mostrar então a noite nós podíamos desfrutar de uma programação cultural interessantíssima com cinema ao ar livre, apresentações musicais, barzinhos, passeios de charrete e galerias de arte!
- Velho, eu não acredito que a gente está aqui!
- Parece sonho, né?
- Parece não. É!


A Jamile precisava voltar pra casa domingo, porque ela não podia faltar ao emprego na segunda.
- Já falei sexta, gente.
Nós a deixamos no aeroporto e o padrinho do Bruno foi nos pegar para almoçar. Lá pelas tantas, recebemos um convite irrecusável de nos mudamos para Ponta Negra (e pelo andar da carruagem, mais uma noite lá e nós estaríamos no Palácio do Governo)!
Ele tinha três filhas (de 11, 13 e 15 anos) super fofas.
Quando elas ficaram sabendo que nós íamos invadir a casa delas, a Vitória, do meio e mais engraçada disse:
- Vocês vão ficar no quarto da minha irmã, mas a vista do quarto não é lá essas coisas. Tem que se inclinar pra ver o rio.
Eis a vista:
Essa foi a hora que João Paulo e eu vimos o quanto somos pobres:
- João Paulo, se essas meninas soubessem que a janela do meu quarto dá pra um muro sem reboco...
Olhando além do horizonte, ele me respondeu:
- A do meu quarto dava pro meu cachorro cagando. Ele morreu. Agora nem isso!

Tivemos chance de conhecer uma reserva ecológica em que enfrentei meu nojo, peguei um pedaço de banana (odeio banana) e dei aos macaquinhos!
E como o mundo é pequeno e a galera de Boa Vista está em todo canto, encontramos alguns conhecidos pelo shopping.
E perdemos alguns chocolates!
- Moça, aconteceu uma tragédia: Roubaram nossos chocolates!, falamos pra atendente da loja.
Ela nos disse que aquilo era super comum e nos citou uma série de casos similares. Fechei os olhos e desejei com todas as minhas forças que o nosso ladrão tivesse uma diarréia extra-forte e que a sentisse longe, bem longe de casa. E então eu me senti melhor!
:D

Voltamos pra casa com um pouquinho de atraso pela crise dos aeroportos. Pensei em escrever mais, em escrever menos e por fim fiz esse resumo do resumo só pra ter como registro que "valeu a pena ê-ê, valeu a pena ê-ê, pescador de ilusões"!

[Se dizem que é impossível
Eu digo: é necessário!
Se dizem que estou louco(fazendo tudo ao contrário)
Eu digo que é preciso
Eu preciso... é necessário
Seguir viagem, tirar os pés da terra firme
E seguir... viagem] Seguir Viagem, Engenheiros do Hawaii

5 comentários:

Mikita disse...

Amiga! Que inveja ;)
TE amo

Brescia Magalhães disse...

tenho q dizer, sua colocação qnto ao contato irrestrito com a liberdade me fez lembrar de mim mesma qndo saí das asas de papai e mamãe... a diferença é q a gente nao assistia jornal nacional nos primeiros meses pq nem a globo era fodona o suficiente pra nossa tv... rsrsrsrs e nao tinha geladeira tb...
mas enfim...
vc pegou o espírito da coisa, aproveitou o máximo possível e te digo q o descrito foi tão leve q deu até uma invejinha. nada d+ rsrs.
adorei a leitura...
e sinta-se add tb!
bjo.

Essa Menina. disse...

Nada como o João Paulo na vida de alguém. Porque este comentário do rapaz me rendeu as primeiras garagalhadas do dia! Vista pro cachorro cagando foi a melhor que eu já ouvi na vida.
E concordo com voce, não há nada melhor que chegar em casa... desembrulhar as compras, arrumar as roupas, entregar os presentes... enfim!! E que bom que valeu! Todo mundo precisa de uma experiencia assim!!
Beijo enorme, bem-vinda a cidade.
e não esquece que dia 3 tem matrícula da UFRR!
\o/
tá chegando o diaaa!

KarinaK disse...

cara, deve ter sido realmente show a viagem de vcs... ainda mais pq foi com amigos... Para mim, td que é realizado com a companhia de amigos, fica mais divertido! xD
E vc colocou siatuações bem cômicas tbm... deu para dar boas risadas e ainda desejar mto estar nessa aventura... Parabéns pelo textinho, Elânia. Vc sempre escreve mto bem...
Bjaum

O Poeta disse...

Nossa....essa viagem deve ter sido muito boa mesmo...mas tenho algumas considerações sobre o texto: o texto está mutio grande, acho que você poderia ter dividido-o em três séries que ficaria mesmo cansativo ao leitor...ele tbm ficaria mais convidativo. Porém quem não leu, perdeu por que este texto está muito bem escrito e engraçado...a melhor parte é a vista do apartamento que vcs ficaram e o comentário..rtsrsrsrs...a vista do carrocho cagando..kkkkk

mas emfim, vlw....bjos

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