segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

vida nova.

Estou lutando contra a verdade. Luta vã. Não há como recorrer, não há como vencer.
O jeito é esperar e aceitar a minha ruína, que na verdade, não me parece nem tão ruim assim.
Nas maiores derrotas podem estar os melhores prêmios. E assim vai ser.
Mas por céus, eu lembro dos detalhes como se tudo tivesse se passado há uma semana. Como é que já vai fazer um ano?
Recordo que vestia preto porque decidi que preto que dava sorte e não branco. Os meus anos com branco sempre foram parados – até demais.
No céu explodiam fogos de artifício e nós brindávamos a entrada no ano com champanhe e abraços.
Pé esquerdo levantado porque entrada de ano apenas o pé direito deve ter contato com o chão.
Mais dinheiro do que se costuma dá pro menino que vigia o carro e aqueles conselhos de estudar que eles ignoram e a gente insiste em ter.
As risadas, as piadas, lembro tudo.
Do vestido rosa da Marcela que combinava com a blusa do Diego.
De como não conseguíamos sair da pista de dança. Música boa. A noite terminando rápido.
E quando os primeiros raios do sol apareceram, estávamos eu, Diego e Marcely, descalçados, abraçados, pulando e cantando Tim:

quando a gente ama não pensa em dinheiro, só se quer amar, se quer amar, se quer amar”.

Dia claro: Rio do Caçari, deitar na areia e conversar.
Sem não estivesse tão frio, o plano de se jogar na água daria certo, pensávamos!
E a volta pra casa ouvindo Beatles.
E agora Ano Novo de novo.
Feliz 2008!

[As verdades e as quimeras.
Outras leis, outras pessoas.
Novo mundo que começa.
Nova raça. Outro destino.
Plano de melhores eras.] Desconhecido

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

sim, ele morreu.

Confesso que só acreditei porque passou na Globo News.
Por céus, já mataram tantas vezes o homem que não me parecia muito diferente dessa vez. Mas não. É verdade: ele morreu!
Morreu quando a maioria, desconfio, estava desacreditada dessa morte! Sei lá. Parecia até que ele ia se aliar à Dercy Gonçalves e virar pedra. Até porque, como se já disse no Jornalesmas (vide blog) era um imortal – independente de coroações da Academia Roraimense de Letras.
Mas não. Vasos ruins não quebram e ele não era vaso, era gente! Foi-se. E quando isso aconteceu os telefones não pararam de tocar, onde os ‘alôs’ faziam-se desnecessários: “morreu, criatura” era ao mesmo tempo a função fática e mensagem principal.
Dizem que a cidade estava deserta. Eu não sei, não saí, não tive aula. Sem aula na UERR e sem expediente por alguns dias nos órgãos estaduais.
Em alguns cantos soltaram fogos. Minha avó não conteve as lágrimas: nem de alegria, nem de tristeza, devo acrescentar. Vó Zefa nem sabe ao certo quem é Ottomar, mas por dizer que morreu ela se comover e rezar um terço.
Na televisão a apresentadora local usava paetê pink, o que pode-se considerar como uma gafe. Em situações de luto o ideal é que se usem roupas sóbrias em sinal de respeito – ainda não tive tempo de estudar isso na faculdade, mas já li a respeito, muito embora não me seja mais útil*!
Numa das reportagens uma senhora emocionada lamenta a perda de um grande homem, a perda de um grande governador, uma perda irreparável. Eu cá com meus botões considero muito provável um lamento na perda cargo comissionado.
Verdade seja dita: há sim pontos positivos a serem descritos se se levar em conta o que se foi feito pelo Estado, a luta por aquilo que se acreditava certo. É inegável que ele se tornou um grande político, como é inegável que estava no poder um homem de índole populista, perseguidora e com tendências de ditador.
No fim das contas, o finado Ottomar Pinto se assemelha muito com Getúlio Vargas. Era uma linha similar em que ambos saíram da vida pra entrar na história – e história de Roraima é história, mané!

* outrora justifico tal afirmação. Não é difícil imaginar :)

[Ninguém morre. As pessoas despertam do sonho da vida] Raul Seixas

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

longe.

Fui cometida de impulsos súbitos de escrever. Impulsos que vem a todos os instantes e que eu os repreendo ao máximo! É porque há muito o quê se contar e não posso fazer de modo desordenado. É preciso antes de tudo, de calma.
Se eu aparecesse aqui e jogasse de uma vez, insistiria em voltar e falar de novo as mesmas coisas, expondo os detalhes esquecidos. É que eu me prendo aos detalhes. Eu gosto dos detalhes e acho que a vida é feita essencialmente deles!
Bruna (vide blog) ainda me propôs uma corrente e prometi a ela e a mim que quando voltasse a cumpriria. Estou voltando e honrando minha palavra - por mais que essa expressão me soe antiquada, arcaica.

Mas enfim. Deixe-me explicar a idéia da corrente: você deve anotar significado da primeira palavra que acha num dicionário. Em seguida, no Google Imagens pega a primeira foto referente a palavra:



Longe, a grande distância, no espaço ou no tempo; de -: de grande distância, de muito; de – em-: com grandes intervalos de tempo ou espaço; adj. Remoto; distante; longínquo; interj. exprime aversão ou ordem de afastamento.


Eu sei, a regra era clara: primeira palavra, primeira imagem. E devo admitir-me como infratora, pois esta deve ser a terceira ou quarta imagem do Google Imagens.
Talvez esteja numa dimensão longe demais para me importar com certas regras. Talvez não.
A Bruna acredita que as palavras combinam com que as tirou e como cantou Frejat: “longe mais de tudo, eu tô longe demais”. Às vezes, longe de mim até. Sabe o que é isso? Mas tudo bem.
E Dezembro que mal começou logo, logo termina. Não está longe.

PS: Acorrento Sâmia, Denison e Karina.