Confesso que só acreditei porque passou na Globo News.
Por céus, já mataram tantas vezes o homem que não me parecia muito diferente dessa vez. Mas não. É verdade: ele morreu!
Morreu quando a maioria, desconfio, estava desacreditada dessa morte! Sei lá. Parecia até que ele ia se aliar à Dercy Gonçalves e virar pedra. Até porque, como se já disse no Jornalesmas (vide blog) era um imortal – independente de coroações da Academia Roraimense de Letras.
Mas não. Vasos ruins não quebram e ele não era vaso, era gente! Foi-se. E quando isso aconteceu os telefones não pararam de tocar, onde os ‘alôs’ faziam-se desnecessários: “morreu, criatura” era ao mesmo tempo a função fática e mensagem principal.
Dizem que a cidade estava deserta. Eu não sei, não saí, não tive aula. Sem aula na UERR e sem expediente por alguns dias nos órgãos estaduais.
Em alguns cantos soltaram fogos. Minha avó não conteve as lágrimas: nem de alegria, nem de tristeza, devo acrescentar. Vó Zefa nem sabe ao certo quem é Ottomar, mas por dizer que morreu ela se comover e rezar um terço.
Na televisão a apresentadora local usava paetê pink, o que pode-se considerar como uma gafe. Em situações de luto o ideal é que se usem roupas sóbrias em sinal de respeito – ainda não tive tempo de estudar isso na faculdade, mas já li a respeito, muito embora não me seja mais útil*!
Numa das reportagens uma senhora emocionada lamenta a perda de um grande homem, a perda de um grande governador, uma perda irreparável. Eu cá com meus botões considero muito provável um lamento na perda cargo comissionado.
Verdade seja dita: há sim pontos positivos a serem descritos se se levar em conta o que se foi feito pelo Estado, a luta por aquilo que se acreditava certo. É inegável que ele se tornou um grande político, como é inegável que estava no poder um homem de índole populista, perseguidora e com tendências de ditador.
No fim das contas, o finado Ottomar Pinto se assemelha muito com Getúlio Vargas. Era uma linha similar em que ambos saíram da vida pra entrar na história – e história de Roraima é história, mané!
* outrora justifico tal afirmação. Não é difícil imaginar :)
[Ninguém morre. As pessoas despertam do sonho da vida] Raul Seixas
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
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3 comentários:
Achei triste, mas enfim um alívio pra tanta dor e sofrimento.
E realmente, querendo ou não, ele faz parte da história do nosso lugar.
Bonito texto Elânia (como todos os demais)
e a cada dia eu acho a vó Zefa uma fofa! mesmo sem conhecê-la!
=*
Perfeito! Como sempre!!
Você devia trabalhar como redatora de uma revista popular como o Antônio Prata da Capricho :D
ahuahauh
Sério! Pq ao mesmo tempo que você escreve MUITO bem, vc tem bom humor e conhecimento! :D
E sobre o cara, juro, fiquei sabendo pelo jornal do RIO GRANDE DO SUL!!! (vide blog) xD
Love you SO MUTCH!! and forever! :D
blog:www.moonworld.zip.net
;D
eu?
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