segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

vida nova.

Estou lutando contra a verdade. Luta vã. Não há como recorrer, não há como vencer.
O jeito é esperar e aceitar a minha ruína, que na verdade, não me parece nem tão ruim assim.
Nas maiores derrotas podem estar os melhores prêmios. E assim vai ser.
Mas por céus, eu lembro dos detalhes como se tudo tivesse se passado há uma semana. Como é que já vai fazer um ano?
Recordo que vestia preto porque decidi que preto que dava sorte e não branco. Os meus anos com branco sempre foram parados – até demais.
No céu explodiam fogos de artifício e nós brindávamos a entrada no ano com champanhe e abraços.
Pé esquerdo levantado porque entrada de ano apenas o pé direito deve ter contato com o chão.
Mais dinheiro do que se costuma dá pro menino que vigia o carro e aqueles conselhos de estudar que eles ignoram e a gente insiste em ter.
As risadas, as piadas, lembro tudo.
Do vestido rosa da Marcela que combinava com a blusa do Diego.
De como não conseguíamos sair da pista de dança. Música boa. A noite terminando rápido.
E quando os primeiros raios do sol apareceram, estávamos eu, Diego e Marcely, descalçados, abraçados, pulando e cantando Tim:

quando a gente ama não pensa em dinheiro, só se quer amar, se quer amar, se quer amar”.

Dia claro: Rio do Caçari, deitar na areia e conversar.
Sem não estivesse tão frio, o plano de se jogar na água daria certo, pensávamos!
E a volta pra casa ouvindo Beatles.
E agora Ano Novo de novo.
Feliz 2008!

[As verdades e as quimeras.
Outras leis, outras pessoas.
Novo mundo que começa.
Nova raça. Outro destino.
Plano de melhores eras.] Desconhecido

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

sim, ele morreu.

Confesso que só acreditei porque passou na Globo News.
Por céus, já mataram tantas vezes o homem que não me parecia muito diferente dessa vez. Mas não. É verdade: ele morreu!
Morreu quando a maioria, desconfio, estava desacreditada dessa morte! Sei lá. Parecia até que ele ia se aliar à Dercy Gonçalves e virar pedra. Até porque, como se já disse no Jornalesmas (vide blog) era um imortal – independente de coroações da Academia Roraimense de Letras.
Mas não. Vasos ruins não quebram e ele não era vaso, era gente! Foi-se. E quando isso aconteceu os telefones não pararam de tocar, onde os ‘alôs’ faziam-se desnecessários: “morreu, criatura” era ao mesmo tempo a função fática e mensagem principal.
Dizem que a cidade estava deserta. Eu não sei, não saí, não tive aula. Sem aula na UERR e sem expediente por alguns dias nos órgãos estaduais.
Em alguns cantos soltaram fogos. Minha avó não conteve as lágrimas: nem de alegria, nem de tristeza, devo acrescentar. Vó Zefa nem sabe ao certo quem é Ottomar, mas por dizer que morreu ela se comover e rezar um terço.
Na televisão a apresentadora local usava paetê pink, o que pode-se considerar como uma gafe. Em situações de luto o ideal é que se usem roupas sóbrias em sinal de respeito – ainda não tive tempo de estudar isso na faculdade, mas já li a respeito, muito embora não me seja mais útil*!
Numa das reportagens uma senhora emocionada lamenta a perda de um grande homem, a perda de um grande governador, uma perda irreparável. Eu cá com meus botões considero muito provável um lamento na perda cargo comissionado.
Verdade seja dita: há sim pontos positivos a serem descritos se se levar em conta o que se foi feito pelo Estado, a luta por aquilo que se acreditava certo. É inegável que ele se tornou um grande político, como é inegável que estava no poder um homem de índole populista, perseguidora e com tendências de ditador.
No fim das contas, o finado Ottomar Pinto se assemelha muito com Getúlio Vargas. Era uma linha similar em que ambos saíram da vida pra entrar na história – e história de Roraima é história, mané!

* outrora justifico tal afirmação. Não é difícil imaginar :)

[Ninguém morre. As pessoas despertam do sonho da vida] Raul Seixas

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

longe.

Fui cometida de impulsos súbitos de escrever. Impulsos que vem a todos os instantes e que eu os repreendo ao máximo! É porque há muito o quê se contar e não posso fazer de modo desordenado. É preciso antes de tudo, de calma.
Se eu aparecesse aqui e jogasse de uma vez, insistiria em voltar e falar de novo as mesmas coisas, expondo os detalhes esquecidos. É que eu me prendo aos detalhes. Eu gosto dos detalhes e acho que a vida é feita essencialmente deles!
Bruna (vide blog) ainda me propôs uma corrente e prometi a ela e a mim que quando voltasse a cumpriria. Estou voltando e honrando minha palavra - por mais que essa expressão me soe antiquada, arcaica.

Mas enfim. Deixe-me explicar a idéia da corrente: você deve anotar significado da primeira palavra que acha num dicionário. Em seguida, no Google Imagens pega a primeira foto referente a palavra:



Longe, a grande distância, no espaço ou no tempo; de -: de grande distância, de muito; de – em-: com grandes intervalos de tempo ou espaço; adj. Remoto; distante; longínquo; interj. exprime aversão ou ordem de afastamento.


Eu sei, a regra era clara: primeira palavra, primeira imagem. E devo admitir-me como infratora, pois esta deve ser a terceira ou quarta imagem do Google Imagens.
Talvez esteja numa dimensão longe demais para me importar com certas regras. Talvez não.
A Bruna acredita que as palavras combinam com que as tirou e como cantou Frejat: “longe mais de tudo, eu tô longe demais”. Às vezes, longe de mim até. Sabe o que é isso? Mas tudo bem.
E Dezembro que mal começou logo, logo termina. Não está longe.

PS: Acorrento Sâmia, Denison e Karina.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

ontem.

- Faz um ano que a gente fez um o vestibular.
- Sério?- Humrum... Mas, sei lá. Nem parece. Parece até que foi ontem!
- Deve ser porque teve outro ontem.

;D

Sinto falta do tempo que escrevia aqui. Mas não esqueço, não esqueço jamais desse blog!

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

me sinto só, me sinto tão seu.

Ele desenhava seu nome num pedaço de papel e ela se lembrou do seu caderno com as últimas folhas rabiscadas.
- Por que essa mania de escrever nossos nomes? Será uma forma de afirmação?, perguntou mais a si que a ele.
- Li qualquer coisa semana passada – e levantando os olhos para vê-la, continuou – se não me engano, é uma reação de quem se sente só.
E em seguida veio o silêncio. Ele voltou sua concetração nos desenhos do seu nome e ela começou a escrever o dela. E os dois, lado a lado, continuaram sozinhos.

[Digam o que disseremo mal do século é a solidão
Cada um de nós imerso em sua própria arrogância
Esperando por um pouco de afeição] Esperando por mim, Legião Urbana

terça-feira, 9 de outubro de 2007

matando a saudade.

Amanhã faz um mês que eu apareci aqui dizendo que ia postar regulamente. E olha que eu tinha mesmo essa intenção, afinal de contas, situações simpáticas acontecem o tempo todo, sem falar que preciso escrever, sabe? Preciso!

Não porque a minha futura profissão exige ou porque é uma coisa me agrada. Na verdade é bem maior que os dois motivos, embora eles sejam válidos. Descobri que preciso escrever pra organizar as minhas idéias e entender certas coisas.

Só quando escrevo que saio de mim e me dou conta do que acontece ao meu redor. Quando escrevo tomo uma dimensão que não é minha e me tenho como uma personagem desse filme que é a vida. Mas só quando escrevo.

É por isso que os meus cadernos são rabiscados de garranchos incompreensíveis.

No instante que os risquei, eu queria entender alguma coisa, mas com medo de ser descoberta por essas descobertas que são só minhas, eu as riscos de volta, para que ninguém as saiba.

É tão estranho esse lance da gente tentar se entender.

Qualquer pessoa pode estudar por uma semana sobre a Segunda Guerra Mundial e falar perfeitamente sobre as causas, os conflitos, a situação social, econômica, cultural, o caralho a quatro (desculpe o palavrão, mas nos últimos tempos eles entraram de uma forma no meu vocabulário!). E, perceba: estamos falando da Segunda Guerra, que você não foi antes, durante ou depois nos locais em que ela aconteceu, nem teve acesso aos documentos secretos, tampouco conversou com uma pessoa de participação direta, ou seja, o que você realmente sabe? E ainda assim, de um jeito fantástico e assombroso, toma ares de entendido e fala com toda propriedade, defendendo de forma enfática um ponto de vista.

Mas quanto a ti, que és a única pessoa que saberá exatamente como foi cada instante de vida, não se conhece, nem tem condições pra saber como se sentiu, porque sabe-se lá dos fatores que lhe influenciou, sejam elas razões inconscientes ou pressões silenciosas da sociedade na forma desses acordos pré-estabelecidos.

É por isso que eu tenho evitado tomar partidos e tenho saído de mim e entrado num ângulo além, pra buscar entender, mesmo que de forma vil, quem sou eu. Porque, de verdade, eu não sei!

Ps: Dessa vez sem falsas promessas. Se um dia der certo, eu volto! ;*

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

quem é vivo...

Humrum. Nem eu estou acreditando que essa página, depois de séculos, está sendo atualizada! Mas a culpa é de algo que provavelmente você já sabe: a forma incrível do tempo passar quando a gente se diverte! Horas viram dias, que viram semanas e dali a pouco se foi um mês! Se você não agir rápido, passou um ano e mais outro e mais outro e por fim a sua vida, diante dos seus olhos. Tá, pareceu dramático, mas é mesmo, pô.

Olha só, em um mês, intervalinho besta, a Bréscia fez orkut, o Denílson finalmente se mudou pro Blogger, a Bruna e a Cora me convidaram pra ser Jornalemas, ao que aceitei \0/ (http://www.jornalesmas.blogspot.com/ clique e conheça mais) e o Francisco comentou qualquer coisa a respeito de uma campanha intitulada carinhosamente como “Volta a escrever, Elânia”. E olha que eu só citei o povo da Blogosfera, viu?

No mundo real, eu ando de uma faculdade pra outra, tenho mais de dez professores diferentes, um monte de livro pra ler, um monte de apostila pra resumir e um número não definido de árvores que morreram pra em prol desse mínimo conhecimento (é, a minha alma ecológica fica pensando nas árvores e na relação desmatamento e conhecimento). Mas daí eu lembro que o sacrifício da natureza já foi feito e eu devo ler [logo] tudo aquilo que se acumula – e se não for esperta, meu Deus, como se acumula!

Mas sabe o pior dessa história toda? Eu estou simplesmente amando!Sério! Eu nasci pra não ter tempo pra nada, pra correr contra o relógio, pra dormir tarde e acordar cedo e pra quase dá tiute pelo excesso de informações.E analisando meu caso, deve ter uma explicação plausível: sede de viver.Com tanta atividade, eu me engano dessa forma que só eu sei me enganar, dizendo a mim mesma que estou vivendo! E não necessariamente isso é verdade, entende? Porque pra viver, pra viver de verdade, é preciso se aprofundar no que se faz. Por isso que dizem que “quem quase amou, não amou”.

Enfim, deixa eu ir. E pra voltar? Lembra daquela canção em que “tudo volta para o seu lugar. Tudo vai ficar onde devia estar”¹? Pois é. Volto siiiim!

¹Como devia Estar, Capital Inicial.

[Tudo estava igual como era antes
Quase nada se modificou
Acho que só eu mesmo mudei e voltei!
Eu voltei agora prá ficar
Porque aqui, aqui é meu lugar
Eu voltei pras coisas que eu deixei
Eu voltei!] O portão, Roberto Carlos

domingo, 19 de agosto de 2007

frutos do segundo semestre.

- Sabe, Gê, dizem as más línguas que as pessoas de Comunicação-Social não batem bem da cabeça!
- Será?
- Eu tinha as minhas dúvidas quanto, mas, andei pensando... Talvez nós estejamos sendo vítimas de um grande complô.
- Continue.
- Porque se você parar pra pensar, depois da tortura natural do vestibular nós, vítimas indefesas do segundo semestre, fomos forçadas a mergulhar nesse tédio profundo e quando finalmente nos acostumamos com a ociosidade, BUM, nós nos iludimos com a matricula porque desde a inscrição até as aulas foram quase dois meses e ao começar virá a dura prova de resistência, onde muitos não suportarão e os que resistirem serão cada vez mais afetados por aquilo que a sociedade chama de insanidade.
Depois de pensar a respeito, a Germana concordou comigo.
- Só que você precisa ser forte, amiga. Nem começou e você já está se entregando à loucura?
- É verdade! Droga!

E apesar da emboscada, nós concordamos que iremos até o fim! Seremos forte, estudaremos bastante para dominarmos os meios comunicativos do Estado.
Germana acredita que eu apresentarei o ‘Mete Bronca’ e eu boto fé nela no ‘Roda Viva’. Bem, agora que eu conheço a Bruna com todo o seu potencial, estou pensando em incluí-la nesses planos maquiavélicos e lançá-la como âncora do ‘Barra Pesada’ [o que acha Dona Castelo Branco?].
Eu sei que é muita ambição, mas ninguém disse que vai ser fácil!
E quanto a você – pobre criatura manipulada pelas nossas notícias – morra de inveja dos nossos futuros brilhantes! \0/

Ps: Para quem não está entendendo nada eu falando de Filosofia e falando do Comunicação-Social, explico: tenho ambições supremas de estudar os dois. Ao mesmo tempo!
Pss: Eu juro que corto relações para aqueles que perguntarem: "os dois cursos? você vai conseguir? como?". Não aguento mais ouvir isso! ¬¬

[Dê-me um ponto de apoio e moverei o mundo] Arquimedes

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

volta às aulas.

- Só tem doido, só tem doido! – ela falava não num tom alto, mas suficiente pra ser escutado por mim, ao seu lado.
- E você tem alguma graduação ou é a primeira? – a professora perguntava a cada um, numa daquelas apresentações de praxe em início de aulas.
- Sim, eu me formei em Teologia, mas como eu me descobri filósofo e vi que o que eu queria mesmo era a Filosofia, nem peguei meu certificado. – foi a resposta de um dos alunos.
- Esse aí está no curso certo! Só tem doido, só tem doido! – foi a observação da minha colega de classe.
Dali a um tempo, num intervalo qualquer, ela indaga a razão de eu cursar Filosofia.
- Eu adoro... De paixão!
- Tô falando? Só tem doido, só doido!
- Ué, você não gosta?
- Eu estou aqui só que eu quero Psicologia.
- Psicologia? E por que você optou por Filosofia?
- Bem, eu quero primeiro ficar louca pra depois entender os loucos.
- Mas Psicologia não trata de loucos...
- Trata sim. E a minha idéia é entrar na cabeça das pessoas com a Filosofia, porque todo filósofo quer dominar o outro com o pensamento.
- É, eu acho que você está no curso certo!

Mas nãão. Filosofia até que tem algumas pessoas normalzinhas! O problema é que, de fato, sempre tem um doido (como na Física sempre tem um aluado, na História um consumidor da cannabis e na Medicina um nerd) e por essas criaturas todas as outras pagam a conta!

Ps: Porque ninguém nunca disse que nós falimos com a xeroxs? o.O

[Apenas sei que vivo, sem saber o que é viver, num mundo onde sinto e penso que há um segredo profundo] Sofia Lima

terça-feira, 31 de julho de 2007

sonho bom.

- Mas você decidiu pra que vai prestar vestibular?
Ele com um sorriso malandro responde:
- Se tivesse pra Vagabundagem eu faria.
E os outros com olhares cúmplices concordaram:
- Oh, quem não o faria?
- Sem dúvidas, seria o curso mais concorrido de todos!
- Até porque quem passasse teria a vida ganha!
- E seria um exemplo! Um orgulho!
- Além do quê, com o diploma na mão a pessoa ainda teria direito a cela especial, caso fosse preso.
- Aí, pra Vagabundagem eu estudava. E bem muito!
E ao ouvir isso, ela interrompeu abruptamente:
- Mas gente, o vestibular pra esse curso não poderia ser convencional.
A declaração, embora curta, bastou para começar a polêmica e os protestos.
- Como que no?? – perguntavam incrédulos.
- Lógico que não! – ela se defendia – Somente pessoas com o verdadeiro dom poderiam cursá-lo. Seria um processo específico e rigoroso.
- Sim, mas de que tipo? – veio a pergunta desconfiada.
- Com provas práticas, inclusive. E questões de altíssimo nível.
- Você é louca?
- Não, estou sendo realista! Qual sentido cobrar que a pessoa saiba como funciona a energia ATP ou se o movimento de um objeto qualquer é constante ou variado se, na verdade, tudo o que ela não precisa é de base e, sim, conhecimentos específicos?
- Conhecimentos específicos?!
- É! Por exemplo: qual das alternativas é mais apropriada pra um legítimo vagabundo em plena segunda-feira?
a) acordar meio-dia.
b) acordar cedo, comer, assistir televisão e voltar a dormir.
c) colocar o despertador pra que possa aproveitar a manhã jogando vídeo-game.
d) chegar em casa seis da manhã depois de uma festa que começou no sábado.?”

E de forma pensativa, todos concordam como seria uma seleção difícil.
- Marcava letra A.
- Não... É a D. Vagabundo que é vagabundo volta de manhã da farra!
- Eu tiro por mim, gente. Acordar, comer, ver TV e dormi é praxe.
- Mas será que é uma rotina constante? Será que isso deve ser levado em consideração?
- Porque a lógica conta, não conta?

E por mais que eu tenha bolado a questão, confesso que não me atrevo a assinalar uma alternativa com total segurança. Mas sei que o que ia aparecer de recurso nesse vest, besta não contava! ;)

[O teu saber pouco vale se ninguém souber que tu sabes.] Pérsio

segunda-feira, 30 de julho de 2007

no mundo.

- Leva a gente, tia?
- Vocês não têm carona, não?
- Tá difícil. Foi decidido agora. Leva mãe!
Ela desconversa, desanda, enrola e a gente sente que não rola.
Mas tudo bem. Está tudo bem.
Voltamos pro quarto, colocamos uma música e deitadas na cama poderíamos seguir a madrugada inteira conversando.
- Cadê aquela tequila mexicana legítima que tua irmã trouxe?
- Você quer?
- O quê você acha?
- Que precisamos sair. Bora?
Bora!
É só dar tempo de tomar banho, escolher a roupa e sair de casa na ponta dos pés.
- Mas tua mãe não vai brigar por sairmos sem avisar?
- Nós só saberemos quando voltarmos.
Rua deserta. Está ela, eu e a Tequila - a Mexicana, todas nós rumo África - a boate.
- E num futuro não tão distante podemos pensar “nazóropa”, falamos rindo, seguras e felizes.
- Seguras mesmo! Amiga, é tarde, está deserto, está escuro... E eu não sinto um pingo de medo!
E só terminar de falar e ver um carro passar devagarzinho sai de forma involuntária:
- Ai, Dê, socorro, tô com medo, tô com medo, tô com medo!
Não demora nada, chegamos aonde queríamos e: ninguééééém!
- Mas é a gente que faz a festa, né?
Então pronto.
Nós balançamos o esqueleto no dance, trance, mas só nos animamos a chegada do funk:

“e vai descendo, descendo, perdendo a linha devagar
e vai subindo, subindo, ela não pára de dançar”.

Acaba a música, acaba o funk, acaba a vontade de estar ali. Eu olho, ela entende, nos despedimos e saímos contabilizando a noite.
- Porque ainda assim conseguimos voltar pra casa de manhã! São duas e meia!
- Verdade! Ninguém disse amanhecendo!
E o silêncio da madrugada é cortado pelo eco de nossas vozes...

E quando eu penso que num final de semana a gente apronta uma dessas e no outro você se mandou, dói no coração.
- Mas eu não estou morrendo. Eu estou só indo embora!
Eu sei, nega. É só drama. É só saudade...

[Muitos amigos de final de madrugada,
Um forte abraço, um até logo e tudo bem,
Mas o amigo verdadeiro sempre fica,
Pra qualquer hora, se preciso ele vem] Amigo Verdadeiro

domingo, 22 de julho de 2007

Deus nos pague.

É blog largado, é o quarto bagunçado, é livro se acumulando, é dívida pra pagar, é o vencimento do cartão batendo na porta, é bater perna na rua, é festa, é fim de festa, é tanta criança, é envelhecer antes do tempo, é sono, é aniversário de mãe chegando, é não ter dinheiro pra comprar presente, é roupa suja misturada com roupa limpa, é fazer besteiras, é tentar concertar, é o sonho da independência, é mais sonho que realidade, é lutar pela realidade, é querer abrir uma loja, é burocracia, é não ter dinheiro, é correr atrás, é perder o fôlego, é mudar de assunto, é amiga que vai embora, é a saudade já chegando, é dor de cabeça de manhã cedo, é gente morrendo, é avião caindo, é coração doendo, é tanto o que dizer e eu não saber nem por onde começar.
E ainda assim, eu tô voltando...

[Pelo prazer de chorar e pelo "estamos aí"
Pela piada no bar e o futebol pra aplaudir
Um crime pra comentar e um samba pra distrair
Por essa praia, essa saia, pelas mulheres daqui
O amor malfeito depressa, fazer a barba e partir
Pelo domingo que é lindo, novela, missa e gibi
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes, pingentes, que a gente tem que cair
Por mais um dia, agonia, pra suportar e assistir
Pelo rangido dos dentes, pela cidade a zunir
E pelo grito demente que nos ajuda a fugir:
Deus lhe pague] Deus Lhe Pague, Chico Buarque

terça-feira, 10 de julho de 2007

sede.

No décimo quinto andar de um dos prédios mais imponentes do centro da cidade, ele via pontinho de pessoas lá embaixo que mais pareciam pequenas formigas.
Sentou-se na poltrona satisfeito por pelo novo emprego, o novo cargo, a chefia.
Apertou um botão num segundo e no outro entrou na sala a secretária, nervosa, mostrando-lhe além de documentos muita disposição e eficiência:
- O senhor gostaria de tomar alguma coisa?
- Sim, por favor. Dê-me uma dose de whisk.
- Er... Não temos whisk – respondeu ela num emaranhar de mãos.
- Então traga conhaque!
- Na verdade nem conhaque, senhor.
Fitando-a por cima dos óculos ele falou impaciente:
- Minha filha, que seja vinho, tequila, cerveja... Qualquer coisa.
- Que tal um suco?
- Se tiver álcool... – respondeu dando com os ombros.
- Justamente, nós não temos álcool!
Foi então que pulou da cadeira assombrado:
- Nem em gel??

[Mais uma dose?
É claro que eu tô a fim
A noite nunca tem fim
Baby, por que a gente é assim?] Por que a gente é assim?, Barão Vermelho

segunda-feira, 9 de julho de 2007

vó Zefa.

Às vezes ela aparece com uma expressão preocupada e me diz num tom baixinho, como quem conta um segredo:
- O seu avô! Hoje ele não falou nada... Eu até pergunto as coisas pra ver se ele responde, mas nem isso... O que será?
E então eu digo que é assim mesmo, que tem dias que a gente quer ficar calado, pensando na vida.
Noutras vezes ela vem com um ar irritado, esbravejando:
- O seu avô! Falando como um louco pela casa. Sozinho! Eu já mandei calar a boca, mas quem disse que cala?
Eis a minha avó.

Mas a contradição veio desde sempre porque ao nasceu, morreu sua mãe. E por mais que não exista na sua memória uma recordação só sua, sem traços alheios, sem narrações de outros autores, ela a ama de tal forma que nada faz esse amor menor.
- Às vezes eu queria ser um passarinho só pra sair voando.
- E pra onde a senhora ia, vó?
- Pra todos os cantos! Para lugares que eu nunca fui... E também que estive pra saber como estão.
E então eu vejo naqueles olhos claros e distantes ela passeando pelo seu mundo de memórias.
Fala dos seus tempos de criança, da escola, palmatória e do quanto doía estudar!
- Relembrar o passado é sofrer duas vezes – me diz.
- Ou ser feliz duas vezes – eu digo.
- Depende da estória.
E fala coisas da semana passada como se fossem de décadas atrás e coisas de décadas atrás como se fosse da semana passada. Quando envelhecer, quero minhas estórias no meu rosto também!
Essa semana a vó Zefa fez oitenta e cinco anos. ;)


[Os anos ensinam muita coisa que os dias desconhecem] Emerson

quinta-feira, 5 de julho de 2007

a matrícula.

Quando estou com a Germana podemos falar sobre qualquer coisa: música, política, moda, comportamento, sexo, beleza, culinária, porque os nossos papos sempre nos levarão a nossa futura vida universitária:
- Quem serão os nossos professores?
- E quais deles odiaremos?
- E o trote?
- Eu quero com tudo! Dinheiro no sinal, tinta guache...
- Eu não! Quero só as aulas!
- Será que a gente vai querer assistir todas ou matar todas?
- Acho que matar, né?
- Sem falar do pessoal. Cara, eu queria uma turma bem unida!
- Pior que sempre tem um filho da puta...
- Se não for uma de nós, acho que tudo bem.
- Verdade.

Talvez um pouquinho dessa especulação tenha acabado com o gostinho da nossa inscrição.
Fui dormir tarde e acordei bem cedo pela ansiedade que me toma a qualquer acontecimento importante, lembrando antes de sair de casa das minhas carteiras de estudante e identidade que não estavam comigo pelo cinema de sexta e minha roupa sem bolsos.
- Pai... Eu preciso que o senhor vá ali antes comigo.
- Ali onde?
- Ali.
Meu nervosismo devia estar tamanho que ele não falou nada ao que normalmente reclamaria horrores.

No DEG [Departamento não-sEi-oque-lá de Graduação], enquanto eu preenchia meu formulário, tentava adivinhar o curso daquelas pessoas apenas pelos seus rostos e o quão certas elas estavam das escolhas delas – e eu das minhas.
Lembrei de um amigo do cursinho que ia tentar Medicina (e acabou conseguindo) e da vez que eu perguntei a razão dele escolher seu curso:
- Eu não saberia fazer outra coisa.
E naquele instante até hoje eu penso que poderia fazer tanta coisa que tenho até medo de acabar não fazendo nada.

- Próximo.
A mulher simpática checou meus documentos e me descobriu sem a xérox da certidão de nascimento.
- Mas vamos ver se você só esqueceu isso.
E eu lembrei da minha foto 3x4 em casa, mas a vergonha me possuiu de uma forma que eu fingi procurá-la na minha pasta e para dizer: perdi.
Disse com uma carinha de coitada que se não soubesse do que estava acontecendo, ia até sentir pena do jeito que eu acho que ela sentiu, pois começamos a procurar juntas e quanto mais ela procurava, mais vergonha eu sentia e quanto mais vergonha eu sentia, mais eu pensava que precisava sustentar minha mentira!
- Deixa moça. Eu volto em casa e pego outra.
Ao voltar reparei em algumas pessoas que estudarão comigo e que hoje não passam de estranhas.
Tentei mensurar o quanto nossas vidas vão mudar começando por um ‘bom tarde’ trazido de casa para quebrar o silêncio, para mais tarde virarem conversas de risos frouxos, desabafo ou discussões. Pensei também em quantas pessoas estou para conhecer, dos famosos “não crie expectativas” e de que, de certa forma, é impossível não criá-las.
Em seis meses a minha vida foi de uma moleza incrível e de um tédio insuportável. E em seis meses vai ser tudo tão novo que eu não consigo nem pensar.
O que me aguarda? Ou será que eu que estou aguardando?

- Seja bem vinda e boa sorte - a moça disse pra mim, como já tinha dito para todos os que havia atendido antes.
Recebi a grade curricular, reclamei por ser tão pouquinho e ri com ela ao concordarmos que a minha opinião pode mudar em pouquíssimo tempo.
- De qualquer forma – ela me disse um pouco antes de me levantar - boa sorte!

[A melhor coisa do futuro é o fato de chegar um dia de cada vez] Abraham Lincoln

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Devaneio

Palavras de amor que não digo
Que emito
Eu só sonhei dizê-las.
Sonhar é coisa estranha
É viver numa outra dimensão.
Sonhos são extensões da vida
Sonhos existem em outro lugar
Lugar distante, lugar comum.
E as nuvens não são algodão
E por ser luzes as estrelas apagarão.
Quisera alguém me assegurar
Que na próxima vida
Viveremos apenas de alucinações.
Quisera alguém me comprovar
Que para tudo neste mundo há razões.

Elânia Cristina

quinta-feira, 28 de junho de 2007

bola-fora.

- Eita, mas eu só tô esperando a revanche contra a França nessa Copa América!*

* por motivo de amizade, o nome não será exposto. Obrigada! ;)

terça-feira, 26 de junho de 2007

flashes de um diário de bordo.

Espero minha mala passar pela esteira, entro no carro e olho a cidade ao redor. Chego ao meu destino, abro o portão, afasto o cachorro com a perna, vou em direção ao meu quarto – que está parcialmente arrumado – e me jogo na cama. Estou de volta!
Minha casa, minha cama, minha mãe me esperando! Viajar é bom, mas chegar é ainda melhor!

As aventuras em Manaus foram ótimas! E as experiências também!
Aqui em casa, protegida de tudo e de todos eu nunca descobriria que quando a liberdade é demais, nós nem sabemos o que fazer com ela! Isso é um fato comprovador por mim e pela Jamile. Nós, sozinhas, num estado gritante de independência tínhamos conflitos com coisas mínimas, como decidir o quê jantar.
- Pizza?
- É, pode ser. Mas poderíamos fazer cachorro-quente.
- Também. Ou tomar sopa.
- Sopa. Você quer o quê?
- Não sei. Você quer o quê?
- Tô pra ligar pra minha mãe perguntando o quê comer.
- É mesmo, né?
Não ligamos, vale dizer. Nos resolvemos por pizza de calabresa, refrigerante e Jornal Nacional (pois concordamos que pessoas que saem de casa assistem ao jornal) na casa da Marcely que nos deu um teto, um colchão e umas dicas valiosas para evitar assaltos ou que nos perdêssemos.

As manhãs eram voltadas para conhecer a cidade. Visitamos igrejas históricas, esbarrando nos gringos, conhecemos a Orla, andamos, andamos, andamos mais um pouco e fizemos algumas compras – umas até se perderam pelo caminho, como o meu Cd da Vanessa da Mata. E ao me dar conta disso, depois de uma tristeza enorme misturada com uma vontade enorme de chorar, pedi com todas as minhas forças que encontrasse uma pessoa com um mínimo de sensibilidade. Daí vai que essa pessoa gosta, vira fã, mostra pra um amigo e mais tarde o trabalho dela é mais conhecido e a Vanessa da Mata até fizesse um show em Manaus – e antes disso se apresentasse aqui em Boa Vista. \0/ E então eu me senti melhor!

Quando o Bruno e o João Paulo chegaram, nos mudamos para um hotel quatro estrelas (que eu achei meio chifrim pra um quatro estrelas), que ficava uma rua do Teatro Amazonas.
Por esses tempos há um processo de revitalização na Praça São Sebastião, com o objetivo de chamar público e mostrar então a noite nós podíamos desfrutar de uma programação cultural interessantíssima com cinema ao ar livre, apresentações musicais, barzinhos, passeios de charrete e galerias de arte!
- Velho, eu não acredito que a gente está aqui!
- Parece sonho, né?
- Parece não. É!


A Jamile precisava voltar pra casa domingo, porque ela não podia faltar ao emprego na segunda.
- Já falei sexta, gente.
Nós a deixamos no aeroporto e o padrinho do Bruno foi nos pegar para almoçar. Lá pelas tantas, recebemos um convite irrecusável de nos mudamos para Ponta Negra (e pelo andar da carruagem, mais uma noite lá e nós estaríamos no Palácio do Governo)!
Ele tinha três filhas (de 11, 13 e 15 anos) super fofas.
Quando elas ficaram sabendo que nós íamos invadir a casa delas, a Vitória, do meio e mais engraçada disse:
- Vocês vão ficar no quarto da minha irmã, mas a vista do quarto não é lá essas coisas. Tem que se inclinar pra ver o rio.
Eis a vista:
Essa foi a hora que João Paulo e eu vimos o quanto somos pobres:
- João Paulo, se essas meninas soubessem que a janela do meu quarto dá pra um muro sem reboco...
Olhando além do horizonte, ele me respondeu:
- A do meu quarto dava pro meu cachorro cagando. Ele morreu. Agora nem isso!

Tivemos chance de conhecer uma reserva ecológica em que enfrentei meu nojo, peguei um pedaço de banana (odeio banana) e dei aos macaquinhos!
E como o mundo é pequeno e a galera de Boa Vista está em todo canto, encontramos alguns conhecidos pelo shopping.
E perdemos alguns chocolates!
- Moça, aconteceu uma tragédia: Roubaram nossos chocolates!, falamos pra atendente da loja.
Ela nos disse que aquilo era super comum e nos citou uma série de casos similares. Fechei os olhos e desejei com todas as minhas forças que o nosso ladrão tivesse uma diarréia extra-forte e que a sentisse longe, bem longe de casa. E então eu me senti melhor!
:D

Voltamos pra casa com um pouquinho de atraso pela crise dos aeroportos. Pensei em escrever mais, em escrever menos e por fim fiz esse resumo do resumo só pra ter como registro que "valeu a pena ê-ê, valeu a pena ê-ê, pescador de ilusões"!

[Se dizem que é impossível
Eu digo: é necessário!
Se dizem que estou louco(fazendo tudo ao contrário)
Eu digo que é preciso
Eu preciso... é necessário
Seguir viagem, tirar os pés da terra firme
E seguir... viagem] Seguir Viagem, Engenheiros do Hawaii

domingo, 24 de junho de 2007

querer.

Ela tomou coragem a falou:
- Mãe, eu preciso de uma casinha nova pras minhas bonecas!
A mãe pensou um pouco e respondeu:
- Só isso?
- Posso querer mais coisas?, perguntou surpresa.
- Oh, mas claro que sim! Eu, por exemplo, quero um carro novo, um salário maior, férias nas Ilhas Gregas e que vocês parem de me perturbar a cabeça!

segunda-feira, 11 de junho de 2007

gosto.

Estamos João Paulo, Bruno e eu na varanda daqui da casa conversando e tomando refrigerante.
- É boa, né, essa Coca-Cola Zero?, pergunta o Bruno.
Comento que não há muita diferença e que me pareceu sutilmente mais amarga que a tradicional.
- É, eu também! Falta uma dose de açúcar - fala João.
- Talvez porque seria Zero Açúcar?! – argumenta o Bruno.
- Talvez! - concordamos.
- Eu acho que eu senti um gostinho estranho pelo rótulo – digo.
Silêncio.
- O rótulo?
- É!
- Mas o rótulo está de fora. Não tem nem sentindo isso!
- Claro que tem! Eu vi o rótulo, vi que era Zero, que não tinha açúcar e que poderia ser mais amarga. O psicológico, meu povo.
Rimos!

[O humor é a quebra da lógica] Henry Bergson

domingo, 10 de junho de 2007

chuva.

No começinho da tarde de domingo a chuva começa a cair. O telefone toca e aparece um convite para andar de bicicleta.
- Está chovendo – digo devagar arquitetando um plano.
- Justamente!
Mordo os lábios que querem abrir um sorriso e aviso que a encontro em cinco minutos. Saio de casa correndo:
- Mãe, vou andar de bike com a Derraira.
- Está chovendo, menina.
- Justamente!

Sei que é uma nuvem e ela será breve, então pedalo rápido e sinto com mais intensidade a água caindo no meu corpo. Estou feliz!
Não consigo me conter e saiu gritando pela rua. Estou rindo!
As avenidas estão vazias e trato de ocupá-las. Ouso soltar as mãos do guidom, mas não tenho a habilidade de antes. Estou chegando!
Nos encontramos e partimos para Ponte dos Macuxis. Quando passa um carro rápido, a plataforma treme – e as minhas pernas também!
Não muito tempo chega uma garoa fina.
Estamos lavando a alma no corpo sujo de lama.
- Tu liga?
- Eu não! Tu liga?
- Eu não! Quem liga?
- Quem liga?

Volto pra casa, tomo banho e faço planos de arrumar meu quarto. Antes de pegar a primeira roupa espalhada no chão, o telefone toca. É o Bruno.
- Enfim te achei!
- Está em casa?
- Estou chegando a sua.
Conversamos, olhamos pro tempo e passamos em frente ao cinema para sabermos o horário de Maria Antonieta. Piratas do Caribe 3 começará em poucos minutos e pensamos em entrar. Eu estou de Havaianas, ele de bermudão.
- Tu liga?
- Eu não! Tu liga?
- Eu não! Quem liga?
- Quem liga?
Choramos com a moça da bilheteria e pagamos meias, apesar de não estarmos com as nossas carteirinhas de estudante. Assistimos ao filme com os pés nas poltronas da frente e rimos alto com as caras e bocas do Capitão Jack Sparrow.

A noite do domingo começa e o dia está no fim.
Relembro o dia e me lembro largada, moleca, louca e criança. Tu liga? Porque eu não!

[Somos tão jovens,
Vamos viver o momento
Me dê a mão, vamos fugir daqui
Nós dois correndo morrendo de rir
Dane-se o mundo ao nosso redor
Vamos de encontro ao nada,
Correndo pela estrada,
Sempre na mesma direção.
O que nos resta é o aqui e o agora,
O que os outros pensam nós jogamos fora] Apague a luz, Darvin

segunda-feira, 4 de junho de 2007

apertem os cintos senhores passageiros.

Minha mãe sempre diz que eu penso que o céu é perto e que as coisas não são fáceis como eu acho que são.
Na verdade, eu só acho que tudo é uma questão de ponto de vista.
Se você, por exemplo, achar que o sexto andar de um prédio é o começo do céu (ou até o terceiro, aliás) o céu não é tão longe assim. Mas se você classifica seu céu como um ponto qualquer da trajetória de um foguete após dias de lançamento, então... Eu vou concordar com você, o céu é distante, tão distante que suas chances de chegar nele são praticamente nulas (ou nulas se você não for ou quiser ser astronauta).
Mas a verdade é que eu realmente gosto de sonhar!
E numa dessas de fazer planos pro futuro, estávamos eu, Bruninho e o João Paulo batendo perna, andando por ali e por lá e entrando numa agência de turismo a fim de ser informar sobre os preços de um pacote legal para uma viagem entre amigos num futuro não tão distante.
Voltamos pra casa e pensamos no assunto.
- É uma boa oportunidade!
- É sim.
Encontramos-nos com a Jamile e falamos a respeito.
- Não! Gente, eu não posso! Gente, eu já perdi um mês de faculdade por causa da dengue! Gente, eu nem falei com a minha mãe! Gente... Quero ir!
Todos nós queríamos!
Voltamos.
Olhamos datas, horários, pensamos em locomoções, hospedagem e planejamos pontos a serem visitados.
- E por coincidência temos quatro cadeiras seguidas.
Olhamo-nos.
Não era coincidência!
- Eu fico em qualquer lugar.
- Posso ficar no meio!
- Janela, quero a janela!!
- Eu coloquei a Elânia na janela, mas troco. Qual seu nome?
- Não, tá certo. Sou eu!
- E os meninos nos corredores. Ok!
Passamos o cartão.
Em mãos, literalmente, um sonho se realizando, uma passagem pra felicidade e um olhar de alegria extrema o que me fez pensar que, sim, tudo é uma questão de saber pegar as oportunidades a nossa volta!Bom, agora só falta cada um arrumar suas respectivas malas e tomar coragem para pedir aos seus respectivos pais (rezando que eles não queiram complicar, porque poxa seria muita ruindade).

[medo!]

[Vamos fugir?
Pra outro lugar, baby.
Vamos fugir!
E aonde quer que você vá
Que você me carregue] Vamos fugir, Skank

domingo, 3 de junho de 2007

começo.

Sou. Não sei exatamente o quê. Sou e sou feliz com o que sou. Feliz, mas nem sempre satisfeita, porque eu sempre quero ser mais do que sou. E então vou vivendo e aos poucos vou sendo isso que não é bem isso, uma vez que a imagem vai mudando com o passar do tempo. Tempo. Eu sempre falo dele. Porque é o tempo me encanta e canta umas coisas tão estranhas e que eu nunca poderia supor que seriam possíveis. É, eu sou metida a filósofa, mas é por força maior, tão maior que eu que quando eu vejo... Foi! Com o tempo pode ser que você entenda um desses muitos pedaços meus. Pedaços de mim, sim! ;)

Bem vindo!