Quer ver uma coisa engraçada? O curso de Jornalismo da UFRR. Sabe aqueles alunos mais brilhantes? Aqueles que enchem a gente de orgulho? Aqueles que a gente aposta que serão os novos Caco’s Barcellos da geração atual? Eles são os primeiros a pular do barco em movimento. E pra quem duvida, converse com alguns dos integrantes do Blog. Eu tomo um susto a cada dia. A Cora desistiu de jornalismo vai ser arquiteta. A Elânia me assustou mais ainda, quando resolveu se aventurar pelos caminhos da justiça e cursar Direito. Cristofer, como já era de se esperar, resolveu continuar com a Publicidade. Willame, há um semestre de concluir Comunicação Social tem estampado em letras garrafais “JORNALISMO?” como porta de entrada do seu perfil no orkut. Meu Deus! Agora tudo faz sentido!Agora entendo a existência de Roraima Hoje’S e Mete Bronca’S no mundo. Entendo porque o jornalismo é tão covarde, sem ética, sem moral, sem escrúpulos... porque os melhores acabam deixando tudo pra lá, saindo fora enquanto há tempo, enquanto não se corrompem... Mas como toda regra há uma exceção, sobrou o Aldenor pra contar a história deles. Dos melhores. Dos guerreiros. Parem com isso! Não me abandonem!!! Refaçam suas matrículas e vamos mudar o mundo! ¬¬ Tudo bem, sem forçar! O jornalismo precisa de vocês por Bruna Castelo Branco, Jornalesmas.
Na primeira vez que eu cogitei a hipótese de largar Jornalismo, tinha em mente que ia ser uma decisão penosa e nem sempre segura – daquelas que a gente faz e se pergunta eternamente se foi a escolha certa. E eis a minha surpresa quando eu me desfiz de algo que nunca pareceu me pertencer.
Não que tivesse caído lá de pára-quedas. Longe disso! Foram testes e testes vocacionais, muita leitura a respeito da área, dois vestibulares, um ano de cursinho, nove meses de espera, seis disciplinas cursadas e um adeus.Talvez não tão fácil quando lembro de todo um desespero inicia, provido dessa vida classe-média que nos impõe um medo do futuro, haja vista que pai e mãe [infelizmente] não dura pra sempre e o quê além dos estudos são tão concretos para construir o futuro?
Quando hoje me perguntam quanto de Jornalismo cursei, abro meu sorriso cínico e digo ‘um semestre’, tomando ciência de que este tempo foi muito pouco e, ainda assim, suficiente pra não preencher minhas expectativas.
Não por falta de aviso – que de deixe claro, mas quando se está por fora, as reclamações podem ser facilmente associdadas a conformismo.
E talvez só quem esteja lá entenda o quão complexa é a situação. Que a expressão ‘mãos atadas’ se encaixa melhor, com a falta de organização da classe, a eterna luta de diploma ou não diploma que nunca vai chegar a lugar nenhum, com três prateleiras de uma estante destinada ao curso, onde contém várias obras repetidas, velhas e desatualizadas. Onde não há investimento, nem interesse. Onde a cadeira de Português não existe na grade do curso; com o professor de Produção de Texto que não aceita a sua interpretação numa obra subjetiva por colocar a dele como certa e, ao invés de analisar de um estrutura texto, circula um parágrafo da dissertação, puxa uma seta e questiona: “será?”, mesmo com uma série de argumentos defendendo a idéia nos parágrafos seguintes.
No entanto, verdade seja dita, há profissionais que são o fio da esperança, que dá orgulho de ter aula, a exemplo do Prof. Edileuson Almeida, formado na UFRR, dono de um grande conhecimento e super preocupado como nós estávamos assimilando o conhecimento. Um profissional impecável!
Eu fiquei em Jornalismo enquanto acreditei nele. E quando isso não mais aconteceu, eu encerei o semestre que começara e segui pra outro rumo levando dentro de mim todas as boas pessoas, todos os bons momentos, as gentilezas, das risadas, da honra de ter sido uma Jornalesma, das tentativas de experimentar todos os sabores de sorvete, das matanças de aula pra namorar na pracinha, das festas com pessoas bêbadas pedindo funk nos intervalos das músicas de rock cantadas por bandas compostas de guitarristas gostosos, com todo tipo de louco se jogando na piscina...
Fernando Pessoa disse que tudo vale a pena quando a alma não é pequena e eu concordo. E ao contrário da suposta perca de tempo, eu vou lembrar as palavras do guru e saber que “não foi tempo perdido. Somos tão jovens... Tão jovens”.
[Eu só escrevo quando eu quero. Eu sou uma amadora e faço questão de continuar a ser amadora. Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever, ou então em relação ao outro. Agora, eu faço questão de não ser profissional para manter minha liberdade] Clarice Lispector.
2 comentários:
Eu fico de cara!
Você é má, Elânia. Você é muito má.
Você me emociona, parece que faz de propósito.
Você viveu em um semestre, a minha vida nos ultimos 4 anos.
E eu posso dizer, que tive a honra de ter vc como colega de curso. E lamento que nosso curso nao seja o suficiente pra você. Não é. eu sei que não é. você merece bem mais que a mediocridade misturada ao romantismo distorcido do Bloco I!
:)
lindo texto!
Guitarristas gostosos. como não?!
;***
entendo o que disse, por vezes tb pensei que o que faço não era bem isso..e ficava me perguntando "e se fosse psicologia?" ...daí depois de um tempo, percebi que psicologia pra mim me basta meu conhecimento empirico, que se eu feito não ia ter dado certo..e aí percebi que o que eu gosto mesmo é de ter trabalho de pensar e criar..nem tanto criar..mas pensar..meu negócio é pensar..
:P
em tudo..e as vezes tudo ao mesmo tempo e agora.
beejos!
;*
adoravéis os anos de faculdade,e acima de tudo memoravéis..pra sempre.
Postar um comentário