quinta-feira, 24 de abril de 2008

pare o mundo: eu quero descer.

Foi como se eu tivesse encontrado alguma coisa que há muito queria e nem estivesse procurando. E eu chamo isso de sorte.
Analisei o que ele queria me dizer. Deixei de bancar a vítima que, no fim das contas, nem fui.

Mas deixe eu lhe contar como tudo de esclareceu: estava eu me deliciando com Os Sofrimentos do Jovem Werther de uma forma menos indecorosa que soa alguém se deliciar com o sofrimento alheio, quando Goethe fez uma passagem belíssima a qual eu procurei insistentemente para colocar aqui sem êxito, devo dizer.
De qualquer forma, ele falava que quem julga o mundo desinteressante não percebe que é uma visão interna estendida, isto é, o dia por si só nunca é enfadado, mas sim a pessoa que o descreve dessa forma.
Logicamente ele disse de uma forma mais brilhante em que a idéia principal era essa e era certa.

Confesso que às vezes fico admirada com a capacidade das respostas simplesmente parecerem. E a sutileza com que elas me vêm, porque poderia ter sido uma tapa bem dado, pra deixar os cinco dedos marcados no rosto. Mas não. Assemelhou-se com uma tapa de luvas, sutil, que me deixa alerta e me faz cair em si.

Pelo menos fugiu das famosas respostas da mamãe em que tudo recai a anemia que nem sabemos se eu tenho. Podem ser unhas fracas, cabelo feio, sono, cansaço ou falta de capacidade de combinar as roupas pra ela dizer:
- Claro, não come! Brinca com a saúde! Você acha isso bonito... blá-blá-blá!
Eu como! Só não o que era espera e isso das pessoas esperarem de você alguma coisa e você esperar do mundo outra é realmente um conflito.

E eu bem que deveria ter desconfiado que o problema é meu porque é óbvio que tudo e todos (em geral e com raríssimas exceções) não são tão agastadiços como me parecem. E eu só agora notei tudo isso por uma deficiência que antes também não me era vista: a lentidão!
Eu sou muito lenta! É por essa razão, inclusive, que os dias parecem voar e as crianças crescem rápido aos meus olhos. Nem é uma coisa, nem outra que realmente acontece.
Tudo se passa num instante perfeito, o meu cérebro é que demora para processar todas as informações...

Ainda não sei o que fazer, mas quando a Bréscia disse que queria engolir o mundo eu notei que precisaria de outro fenômeno. Tive ímpetos de encontrar mecanismo pra apertassem a tecla de 'mudo' por uns dois dias (só dois dias!) pra eu alcançar o que me escapa e acompanhar o presente.

No fim das contas eu voltei pra estaca zero sem saber o que fazer da minha vida: "se permaneço ou me desfaço, não sei, não sei se fico ou passo", como disse Cecília Meireles. Talvez esperando uma frase perdida pra me servir com resposta.

Por favor, emprestem-me romances!

[Todos vivemos sob o mesmo céu, mas nem todos vêem o mesmo horizonte] Konrad Adenauer

7 comentários:

Bruna disse...

http://lucianalobato.blogspot.com/2008/03/falta-de-metodologia.html

dá uma olhada nesse post.
por um momento achei os dois semelhantes! ;)

e seria ótimo, achar despretensiosamente, as respostas pra tantas perguntas que a vida impõe, pra que a gente resolva.

Fêh disse...

eu ia falar...alguma coisa..
mas como é comum a minha pessoa..
já não me lembro mais o que era..
:P


mas eu entendi o que vc pensa..

Oxto disse...

"Pára tudo, chama a nasa!" já dizia Christian Pior, pode deixar que eu te empresto Brokeback Mountain, não é um romaaance mas é um belo conto.

:D

DANIEL MORAES disse...

Gostei dessas famosas respostas da sua mãe rsrs. Vindo aqui pelo blog do Fábio. Leio blogs de vários estados, só faltava Roraima. Jurou que procurava, mas não achava; pensava que só eu que tinha, já que a galera gosta mais de flog. Gostei muito do seu blog, voltarei aqui mais vezes.

http://so-pensando.blogspot.com

Edgar Borges disse...

e aí, ninguém escreve mais nada aqui? ou tá ficando lenta de tanto estudar?

Edgar Borges
www.edgarb.blogstpot.com

Thábata Larisse disse...

Ei atualiza o blog, ele é ótimo. Teus textos são ótimos. Não tenho o que dizer qto a este post, apenas que concordo é a gente que faz nossa própria vida (se ela é legal ou chata a culpa é nossa). Mas continua escrevendo! Vc acaba de ganhar um a admiradora dos teus textos. Tá? Parabéns!!!!!

Mikita disse...

Ei, eu não venho muito aqui mas tu sabe que também amo teus textos... E, incrivelmente - apesar de já o sabermos desde sempre - parece que você os escreve pra mim! Será que somos gêmeas separadas no berço? :P Não, acho que não... Porque até mesmo os gêmeos têm pensamentos, vidas, contextos individuais. Então não sei o que somos, só sei que vivo e respiro você!
Te amo!