Foi como se eu tivesse encontrado alguma coisa que há muito queria e nem estivesse procurando. E eu chamo isso de sorte.
Analisei o que ele queria me dizer. Deixei de bancar a vítima que, no fim das contas, nem fui.
Mas deixe eu lhe contar como tudo de esclareceu: estava eu me deliciando com Os Sofrimentos do Jovem Werther de uma forma menos indecorosa que soa alguém se deliciar com o sofrimento alheio, quando Goethe fez uma passagem belíssima a qual eu procurei insistentemente para colocar aqui sem êxito, devo dizer.
De qualquer forma, ele falava que quem julga o mundo desinteressante não percebe que é uma visão interna estendida, isto é, o dia por si só nunca é enfadado, mas sim a pessoa que o descreve dessa forma.
Logicamente ele disse de uma forma mais brilhante em que a idéia principal era essa e era certa.
Confesso que às vezes fico admirada com a capacidade das respostas simplesmente parecerem. E a sutileza com que elas me vêm, porque poderia ter sido uma tapa bem dado, pra deixar os cinco dedos marcados no rosto. Mas não. Assemelhou-se com uma tapa de luvas, sutil, que me deixa alerta e me faz cair em si.
Pelo menos fugiu das famosas respostas da mamãe em que tudo recai a anemia que nem sabemos se eu tenho. Podem ser unhas fracas, cabelo feio, sono, cansaço ou falta de capacidade de combinar as roupas pra ela dizer:
- Claro, não come! Brinca com a saúde! Você acha isso bonito... blá-blá-blá!
Eu como! Só não o que era espera e isso das pessoas esperarem de você alguma coisa e você esperar do mundo outra é realmente um conflito.
E eu bem que deveria ter desconfiado que o problema é meu porque é óbvio que tudo e todos (em geral e com raríssimas exceções) não são tão agastadiços como me parecem. E eu só agora notei tudo isso por uma deficiência que antes também não me era vista: a lentidão!
Eu sou muito lenta! É por essa razão, inclusive, que os dias parecem voar e as crianças crescem rápido aos meus olhos. Nem é uma coisa, nem outra que realmente acontece.
Tudo se passa num instante perfeito, o meu cérebro é que demora para processar todas as informações...
Ainda não sei o que fazer, mas quando a Bréscia disse que queria engolir o mundo eu notei que precisaria de outro fenômeno. Tive ímpetos de encontrar mecanismo pra apertassem a tecla de 'mudo' por uns dois dias (só dois dias!) pra eu alcançar o que me escapa e acompanhar o presente.
No fim das contas eu voltei pra estaca zero sem saber o que fazer da minha vida: "se permaneço ou me desfaço, não sei, não sei se fico ou passo", como disse Cecília Meireles. Talvez esperando uma frase perdida pra me servir com resposta.
Por favor, emprestem-me romances!
[Todos vivemos sob o mesmo céu, mas nem todos vêem o mesmo horizonte] Konrad Adenauer
quinta-feira, 24 de abril de 2008
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7 comentários:
http://lucianalobato.blogspot.com/2008/03/falta-de-metodologia.html
dá uma olhada nesse post.
por um momento achei os dois semelhantes! ;)
e seria ótimo, achar despretensiosamente, as respostas pra tantas perguntas que a vida impõe, pra que a gente resolva.
eu ia falar...alguma coisa..
mas como é comum a minha pessoa..
já não me lembro mais o que era..
:P
mas eu entendi o que vc pensa..
"Pára tudo, chama a nasa!" já dizia Christian Pior, pode deixar que eu te empresto Brokeback Mountain, não é um romaaance mas é um belo conto.
:D
Gostei dessas famosas respostas da sua mãe rsrs. Vindo aqui pelo blog do Fábio. Leio blogs de vários estados, só faltava Roraima. Jurou que procurava, mas não achava; pensava que só eu que tinha, já que a galera gosta mais de flog. Gostei muito do seu blog, voltarei aqui mais vezes.
http://so-pensando.blogspot.com
e aí, ninguém escreve mais nada aqui? ou tá ficando lenta de tanto estudar?
Edgar Borges
www.edgarb.blogstpot.com
Ei atualiza o blog, ele é ótimo. Teus textos são ótimos. Não tenho o que dizer qto a este post, apenas que concordo é a gente que faz nossa própria vida (se ela é legal ou chata a culpa é nossa). Mas continua escrevendo! Vc acaba de ganhar um a admiradora dos teus textos. Tá? Parabéns!!!!!
Ei, eu não venho muito aqui mas tu sabe que também amo teus textos... E, incrivelmente - apesar de já o sabermos desde sempre - parece que você os escreve pra mim! Será que somos gêmeas separadas no berço? :P Não, acho que não... Porque até mesmo os gêmeos têm pensamentos, vidas, contextos individuais. Então não sei o que somos, só sei que vivo e respiro você!
Te amo!
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